segunda-feira, 9 de março de 2009

Comportamento de Risco

Cresce o número de casos de Aids no Vale do Aço

Ipatinga – A coordenadora do Grupo de Apoio aos Soropositivos (Gasp) alerta as pessoas que têm comportamento de risco a se prevenirem contra o vírus da Aids, devido ao crescimento de casos de pessoas infectadas pelo vírus HIV, na região do Vale do Aço. Ela informa que este número aumentou por que as pessoas estão praticando sexo sem proteção.

Segundo Irenir Martins, coordenadora de assistência social e uma das fundadoras do Gasp, pessoas mais velhas estão se contaminando. “Às vezes o casal se separa, aí o homem conhece outra pessoa e mantém relação sexual sem preservativo e depois volta para a esposa, após um tempo elas chegam aqui dizendo que estavam separadas e o marido conheceu outra pessoa e não se preveniu e acabou se contaminando com o vírus”, alerta.

Mesmo com campanhas de combate a Aids, divulgadas pela mídia e por vários grupos de apoio aos soropositivos, o número de casos aumentou no Vale do Aço. De acordo com a Gerência Regional de Saúde (GRS), foram diagnosticados 512 casos no Vale do Aço até o ano de 2007. Estima-se que mais de três mil pessoas estejam contaminadas pelo vírus e não sabem.

O Gasp é uma Organização não Governamental (ONG), que atende aos soropositivos do Vale do Aço. É um grupo dedicado ao convívio com a existência do vírus HIV. Desenvolve ações de assistência as pessoas soropositivas e seus próximos, visando o combate aos preconceitos, a inclusão social e a busca por melhor qualidade de vida. Realizam também um trabalho de educação continuada em escolas, empresas, organizações sociais e grupos específicos, no sentido de prevenir a infecção pelo vírus HIV.

Primeiro Caso
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o primeiro caso de Aids no mundo foi em 1959, na África. Foi neste ano, que após a morte de um homem em Congo, detectou-se a presença do vírus HIV no organismo. Este exame foi realizado devido à deflagração da epidemia no país. Nos anos 80, um fato historicamente novo se apresentou no mundo: a epidemia da Aids, e no final desta década, os primeiros casos foram diagnosticados no Vale do Aço.

Como nesta década os medicamentos não tinham tanta eficácia como os que são usados em pacientes soropositivos, algumas destas pessoas infectadas pelo vírus, se uniram pelo desejo de continuarem vivendo, e criaram o Gasp. A entidade sobrevive através de um convênio com a Prefeitura Municipal de Ipatinga e trabalha com voluntários.

A coordenadora ressaltou que a idéia nasceu através da dificuldade encontrada pelas pessoas que descobriram que eram portadoras do vírus HIV. “No começo tínhamos poucas informações sobre o vírus, então resolvemos juntar com pessoas que também tinham o vírus e começamos a fazer reuniões na Policlínica de Ipatinga, pois até então não tínhamos a sede, e nasceu à idéia de estarmos alugando um espaço para fundarmos o Gasp”, diz.

Para Rubem Leite, voluntário da organização, o projeto Prevenção Positiva capacita os adolescentes a serem transmissores de informações. “A gente usa principalmente a linguagem artística dentre elas ressaltando o teatro, que trabalha o preconceito, a descriminação, a violência doméstica, as DSTs e a Aids, passando informações para a platéia”, argumenta.

Ele explica que o trabalho de prevenção ao vírus não se trata de incentivo a praticar sexo. “E bom ressaltar que não incentivados os jovens a fazerem sexo, principalmente os adolescentes, os próprios hormônios já incentivam a fazer sexo, se vão fazer, que façam com segurança. Nós alertamos as pessoas a usarem preservativos”, conclui.

Para ajudar, o Gasp está localizado na Av. Selin José de Salles, 1264, Canaã em Ipatinga. O telefone é 0xx31 38223834.

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