quarta-feira, 1 de abril de 2009

Necessidades Especiais


Portadores de necessidades especiais sofrem descriminação na hora de arrumar emprego

Ipatinga – O presidente da Associação dos Portadores de Deficiência de Ipatinga (ADEFI) informa que apesar da lei que estabelece cotas destinadas às pessoas com necessidades especiais a entrada no mercado de trabalho, portadores de deficiências ainda sofrem descriminação. As cotas são preenchidas devido o trabalho de inclusão a sociedade realizado pela instituição.

Segundo Norberto Vieira, presidente da Associação dos Portadores de Deficiência de Ipatinga, desde a constituição de 1988 as leis não são compridas na íntegra. “Um exemplo é a cota de vagas nas empresas. As empresas fingem que não conhecem a lei. E nós cobramos das empresas que cumpram o que está na lei. Ou seja, a reserva de vagas para pessoas com deficiência”, diz.

O presidente da associação informa que a legislação é boa, “O problema é fazer valer o que está na lei. O cidadão que tem algum tipo de deficiência precisa se conscientizar que não basta ter a lei. Nós temos que preparar principalmente para a entrada no mercado de trabalho para exercer os nossos direitos”, explica. Ele ressalta que o último Senso realizado constatou-se que 14,5% da população têm algum tipo de deficiência.

Fundada em 14 de fevereiro de 1989, a associação tem a finalidade de incluir o portador de deficiência na sociedade. Trabalha com visitas às empresas, palestras ministradas em eventos e escolas. Oferece cursos de informática, desenho digital, oficinas de artesanato e atendimento fonoaudiológico para portadores de deficiência e pessoas carentes. Sobrevive com um convênio com a Prefeitura de Ipatinga.

Ele ressalta que o portador de deficiência sofre descriminação. “A descriminação existe de um modo geral, com o negro, com o pobre. Preparamos o nosso pessoal para aprender a conviver com isso. O índice de pessoas com deficiência em Ipatinga é maior que o estado de Minas Gerais. Existe a descriminação por que as empresas selecionam as pessoas com deficiência menor”, acrescenta.

Referência
Para Eustáquio Oliveira, vice-presidente da instituição a Adefi é uma referência para as pessoas com necessidades especiais buscarem informação, suporte técnico e profissional. “É um ponto de intercâmbio entra a sociedade, pessoas com deficiências, empresas e o legislativo”, informa.

“Quantas pessoas já pararam para pensar que um dia pode receber em sua casa uma pessoa com cadeira de rodas e que precisa usar o banheiro e, precisa transitar dentro de sua casa. Você só vai preocupar com isso quando alguém próximo de você for usar o banheiro de sua casa”, argumenta o vice-presidente.

Na visão de Eustáquio, Ipatinga é mais avançada que outras cidades. “A cidade está adaptando-se”, diz. Ele acrescenta que esses avanços são frutos de parcerias entre a Associação dos Deficientes, Cegos, Surdos, Apae e Casa da Esperança. “E uma cidade que geograficamente é mais acessível por que é mais plana. Isso traz uma visão diferenciada para Ipatinga”, conclui.

A Associação dos Portadores de Deficiência de Ipatinga recebe trabalho de voluntários. Para ajudar, a instituição fica na Rua Turmalina, nº. 215, Bairro Iguaçu, em Ipatinga. Tel. 0xx31 38214358.